Enterro: Entenda a sua origem, costumes e curiosidades
Quando alguém morre, todo mundo já sabe que vem por aí: caixão, velório, enterro e cemitério. Isso sem falar que, hoje em dia, a cremação também é uma opção que tem se popularizado em todo o mundo. Mas você sabe de onde vieram esses rituais?
Como a morte ainda é tratada como um tabu, pouco se fala sobre o assunto e, assim, muita gente tem várias dúvidas ou nunca pensou sobre questões simples relacionadas a todos os passos a serem seguidos quando alguém morre.
Você sabia, por exemplo, que o nome velório vem mesmo de velas? Como não havia energia elétrica, as famílias passavam a noite com o defunto à luz de velas. Acredita-se que o costume surgiu na Idade Média e era uma forma de garantir que a pessoa estava mesmo morta, antes de enterrá-la.
Hoje, vamos desmistificar um pouco esse tema e contar algumas curiosidades que você deve saber sobre os enterros.
Cultura da homenagem para um ente falecido
A gente tende a achar que os nossos hábitos são naturais ou “certos”, mas a verdade, é que cada sociedade tem um ritual diferente para lidar com a morte de um ente falecido e com o luto .
A cultura de homenagear a quem morre é vista como uma forma de reconhecer e demonstrar carinho por quem partiu. A homenagem póstuma pode ser feita durante o velório, no sepultamento ou em dias que marcam meses ou anos da morte daquela pessoa, além de datas como aniversário ou Finados.
De onde surgiu a cultura do enterro?
Não se sabe ao certo onde e como surgiu a cultura do enterro, mas há indícios de que esse é um ritual muito antigo. Já foram descobertos cemitérios que os pesquisadores estimam existir desde 60000 A.C, o que nos leva a crer que enterrar pessoas e animais mortos é mesmo um costume muito antigo.
O hábito pode ter surgido por um motivo simples: corpos em putrefação atraem animais. Enterrar esses corpos é uma forma de evitar que isso aconteça. Alguns pesquisadores acreditam que o homem passou a ter essa preocupação desde que o cérebro do homo sapiens se desenvolveu e ele começou a pensar na morte, há cerca de 10 mil anos.
O que acontece antes do enterro?
Muita gente não gosta nem de pensar nisso, mas a verdade é que é bom sabermos o que acontece na preparação do corpo antes do enterro. Ela depende do tipo de morte e das técnicas de conservação, que são escolhidas pela família, para manter a aparência do ente falecido durante o velório.
Em geral, é feita uma higienização do corpo, com produtos próprios para isso e, em seguida, se utilizam as técnicas de conservação. Um dos procedimentos de preparação do corpo mais modernos é a, técnica em que não há a necessidade de abrir o corpo.
Alguns casos específicos, como os de velórios com mais tempo ou quando o corpo precisa ser transportado por longa distância, ainda exigem o embalsamento, técnica que retira o sangue e injeta uma substância que retarda o processo de decomposição.
Quais os documentos necessários para enterrar uma pessoa?
Primeiro, é preciso emitir a certidão de óbito e, para isso, são exigidos todos os documentos pessoais do falecido (RG, CPF, Título de Eleitor, Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento e Certificado de Reservista), além do laudo do hospital ou médico legista. Também são necessários os documentos pessoais da pessoa que vai solicitar a certidão.
Após ter em mãos essa certidão, é que se contrata o serviço funerário e os trâmites para o enterro. A Prefeitura de São Paulo disponibiliza um bom guia de orientação pública com detalhes sobre que órgãos procurar e que documentos ter em mãos .
Qual a diferença de sepultamento e enterro?
Muita gente acha que é a mesma coisa, mas a verdade é que existem diferenças entre sepultamento e enterro e saber quais são elas, é muito importante na hora de contratar esses serviços ou mesmo um plano funerário.
O enterro é o simples ato de colocar a pessoa em uma cova, enquanto o sepultamento pressupõe um caixão e que esse enterro seja feito em um cemitério, em uma sepultura ou jazigo.
O simples enterro é uma prática antiga, que não é mais utilizada (a legislação brasileira proíbe enterros que não sejam feitos em cemitério), mas é preciso ficar atento aos termos para não ter dor de cabeça numa hora tão difícil.
Qual é o valor de um enterro?
Tudo tem um custo, até a morte. Infelizmente, além de lidar com o luto, os familiares também precisam pensar no financeiro e nos custos de velório, caixão, sepultamento e por aí vai. Será quanto custa morrer no Brasil?
Na verdade, o valor depende muito do tipo de serviço contratado, que geralmente tem a ver com as condições financeiras daquela família. Mas, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), o custo médio de um enterro no Brasil é de, pelo menos, R$ 2.500.
Esse valor, no entanto, é uma média nacional e é possível encontrar preços um pouco mais baixos e muito mais altos. Tudo depende da quantidade de flores (e se há dinheiro para flores), do local do velório, do local do sepultamento e de que tipo de homenagem o ente falecido vai receber. Os preços podem passar de R$ 20.000.
Plano Funeral cobre enterro?
Para não ter um gasto inesperado (afinal todo mundo vai morrer), é cada vez mais comum que as pessoas se planejem para ter assistência na ocasião de sua morte ou de seus familiares contratando um plano funerário.
O que cada plano cobre depende do pacote contratado, mas, em geral, há dois tipos básicos: os que reembolsam a família pelos gastos e as empresas especializadas que executam elas próprias os serviços, como assistência funeral e sepultamento.
Saiba mais sobre plano funerário e como adquirir o melhor para a sua família. Se planejar é a melhor forma de evitar que o sofrimento pela perda de um ente querido seja ainda maior, especialmente em casos de morte acidental ou inesperada .
Qual é o tempo mínimo para enterrar uma pessoa?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que o tempo máximo para que uma pessoa seja enterrada, sem aplicar técnicas de conservação, seja de 24 horas.
O tempo de duração de um velório é geralmente uma decisão da família, que pode optar por apenas algumas horas ou vários dias. Não existe uma regra específica ou tempo mínimo, apenas recomendações.
Acontecem, por exemplo, situações de familiares ou amigos próximos que moram em outro estado ou outro país e querem se despedir do ente fúnebre, o que faz com que muitos enterros duram dias, nesses casos, as técnicas de conservação são necessárias.
Há religiões que dizem que o espírito fica 24 horas no corpo e que, por isso, deve-se esperar esse tempo para o enterro. Mas a origem da tradição da espera mínima de 24 horas pode ter a ver com uma doença que a faz a pessoa parecer estar morta sem estar, a catalepsia patológica.
Hoje, a medicina consegue diagnosticar esses casos, que são raros, mas diz-se que antigamente pessoas que sofriam desse mal foram enterradas vivas e então morreram sufocadas, o que demoraria apenas alguns minutos, segundo cientistas.
Por que tem que enterrar um corpo em um cemitério?
Até o século XIV era comum na Europa que as pessoas fossem sepultadas em igrejas e no Brasil esse também foi um hábito comum até a década de 20, quando os primeiros cemitérios foram construídos. Antes dos cemitérios, os cidadãos eram sepultados nas igrejas e os escravos e indigentes eram enterrados em covas.
Os historiadores acreditam que os primeiros cemitérios devem ter surgido quando o homem deixou de ser nômade e passou a viver em locais fixos. Conheça um pouco sobre a origem e a história dos cemitérios .
Há quem afirme que a obrigatoriedade de sepultar os mortos em um local específico para isso, como os cemitérios, é uma questão de saúde pública. Mas, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sepultamento só é obrigatório em caso de morte por doenças infecciosas .
Os motivos para enterrar seus entes queridos em um cemitério, no entanto, são vários, desde dar um final digno a aquela pessoa, ter um local para visitar e vivenciar o luto, até proteger o cadáver do seu ente querido.
Além disso, hoje em dia, muitos cemitérios são famosos por seu paisagismo e tem estrutura, como salas de velório e capela, que são um alento e ajudam quem fica a lidar com a perda.
Existe, inclusive, um campo dentro do Direito, o Direito Funerário , que discute o direito fundamental de qualquer pessoa a serviços fúnebres.
Homenagem na hora do enterro
Assim como a homenagem fúnebre, muitas culturas têm o hábito de prestarem homenagens aos mortos na hora do enterro. É comum que sacerdotes, representantes de serviços funerários ou pessoas próximas falem algumas palavras ou leiam mensagens nesse momento.
Também é uma tradição entre muitas famílias jogar junto com o caixão, dentro do jazigo ou por cima dele, após esse ritual. O plano de assistência funeral geralmente inclui opções de homenagem na hora do enterro. Mais um motivo para pensar em contratar um.
As coroas de flores
As coroas de flores são uma tradição muito forte no Brasil e há indícios de que se trata de uma tradição muito antiga, que deve ter começado no Egito Antigo. Há quem diga que elas são uma derivação das cartas de condolências que se mandava para a família do morto. Com o tempo essas mensagens passaram a ser transmitidas pelas coroas.
No Brasil, as coroas de flores são símbolo dos rituais fúnebres e é comum que uma pessoa, família ou empresa ofereça uma dessas à família que acaba de perder um ente durante o velório ou enterro.
Há uma infinidade de tamanhos, mensagens e tipos de coroas de flores e uma dica é ficar atento ao significado de cada uma delas para passar a mensagem certa.
Cremação exclui enterro?
Estima-se que a cremação exista há cerca de 3 mil anos e ela é muito comum em várias culturas . Por aqui, muita gente ainda trata o assunto como um tabu, mas a procura por essa opção tem crescido cada vez mais.
Além de menos nociva ao meio ambiente, muita gente gosta mais da ideia de utilizar o calor do fogo para fazer o corpo ser reduzido a cinzas. Além de simbólico, a cremação dá a família a opção de escolher o que fazer com as cinzas e existem até muitas opções criativas para esse destino, como transformar a pessoa em uma árvore.
Muitas famílias escolhem jogar as cinzas em um lugar simbólico ou guardar em uma urna dentro de casa, mas o que muita gente não sabe é que a cremação não precisa, necessariamente, excluir o enterro.
Existe a opção de enterrar a urna e, assim, dar um túmulo à pessoa falecida. Isso, porque muitas famílias não abrem mão de ter um lugar para ir e lidar com o luto.
A cremação já foi um processo muito caro e até hoje costuma ser mais cara que um enterro comum, mas não estamos falando mais de algo inviável para a maioria das famílias. Em alguns locais, a cremação pode custar até mais barato que o enterro comum.
Conclusão
O fato é que todos os rituais vêm de algum lugar e conhecer as opções e a história pode ser uma boa ideia para que a gente consiga lidar com a morte com a naturalidade que ela merece.
Ao pensar sobre o assunto, você certamente vai perceber que um Plano Funeral traz a segurança e o conforto necessários para que você passe pela perda do seu ente querido, sem ter que se preocupar com os trâmites legais e os valores cobrados neste momento de extrema dor.
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